domingo, 15 de abril de 2012

A vida... e a morte

Quando a morte de alguma forma chega perto me coloco em um estado reflexivo sobre a fragilidade da vida. Seja uma grande tragédia coletiva ou a partida de uma pessoa conhecida, a passagem repentina é algo que nos paralisa, que nos choca. E penso que nos choca porque nos coloca frente a frente com o inevitável.
Tanto no caso do acidente de avião anos atrás, quanto no caso do parente distante que faleceu essa semana eu me pergunto: Em que momento da vida essas caminhadas foram interrompidas? Essas pessoas fizeram a sua vida valer a pena? Essas pessoas deixaram desafetos? Deixaram um amor? Essas pessoas deram um beijo de bom dia antes de sair de casa? Deixaram contas para pagar? Ou um café marcado com alguém para o dia seguinte?
Certamente muitos assuntos estavam em aberto porque ninguém sabe quando é o último dia. Claro que não é possível viver o dia de hoje "como se não houvesse amanhã", mas levar em conta essa possibilidade pode nos ajudar a avaliar o que vale a pena ou não. Sair de casa brigado com alguém, deixar de aproveitar um dia de sol com a família para ficar em casa no computador ou na TV, se deprimir ou se revoltar com assuntos dos quais as soluções estão fora do seu alcance, permitir que algo te consuma ao ponto de outras coisas tão ou mais importantes da vida fiquem em segundo (ou terceiro, ou quarto) plano. De nada adianta um dia chorar sobre um caixão, o que queremos fazer/dizer/viver deve ser feito em vida.
Um dia eu li - não lembro onde - que todos os dias devemos fazer algo que seja realmente importante, algo por menor que seja, que faça aquele dia valer a pena (...fazia tempo que eu não lembrava disso).
Enfim... o fato é que a vida é frágil e logo ou daqui a muitos anos o último dia vai chegar provavelmente sem anúncio, sem marcar hora e sem dar tempo para despedidas, pedidos de desculpas e para aquele café que sempre fica para qualquer dia desses.
Não é possível viver como se não houvesse amanhã, mas também não é prudente viver como se o último dia nunca viesse bater na nossa porta.

"Eu sei que todos os dias quando eu acordo Deus dá um sorriso e me diz: Estou te dando a chance de tentar de novo." (Caio Fernando Abreu)

2 comentários:

Oma disse...

Vamos tomar um café hoje???
Beijo muito carinhoso...
Oma

André de Oliveira disse...

Concordo com tudo.Complemento que nos dias de hoje, a sociedade nos exige que nossos filhos não se frustrem, tenham tudo, que tudo seja sempre perfeito.Grande mentira.A vida é cheia de imperfeições.Ninguém atinge tudo que quer, por que é assim mesmo.E nossos filhos (de todos não só os meus) precisam muito mais de carinho, atenção e nossos cuidados do que brinquedos caros e presentes bonitos.E o consumismo nos faz trabalhar mais do que o necessário e isso tudo faz com que deixemos de aproveitar as pessoas para aproveitar as coisas que acumulamos e não vão nos acompanhar no caixão. Novamente parabenizo o meu amor pelas palavras sábias como sempre. Bj.